sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Touro Quaresma, o Bode Afonsinho e a Lima inar

Em longínquo tempo havia um curral que funcionava, verdade, funcionava de maneira diferente do que se conhece hoje. Seu nome Curral Tricô Loror

Havia eleições para presidente do curral. Claro que o Touro Quaresma, atual presidente, era candidato à reeleição.

Como o nome sugere, apenas os touros (os bois, coitadinhos, são castrados, ufa!) poderiam concorrer ao cargo de presidente. Nem vacas, nem bezerros, nem bois. Alguém perguntou, de pronto: E galinha d’angola, pode? Nãaaao. Ôokey.

Todo presidente do curral deve usar os meios adequados para a real proteção das vacas, em suas relações com outras vacas, com os touros e bois, seus bezerros e, de forma mais cuidadosa ainda, com os humanos, cabras safados, no pensar do atual presidente.

Além disso, deve examinar a retirada do leite, exame da prestação de serviço do sujeito que retira o leite, o Gato de Botas, miaaaauuu que, se bobear, nadica de nada de leite. Afinal, é preciso que os bezerros sejam fortes para servir de base dos novos touros, sem necessidade da chegada de outros.

Aliás, alguns desses touros que chegam são viciados e ganham muita ração e água, trabalham pouco e demais das vezes estão na beira da lagoa, óculos escuros, sorvendo os mais refrescantes e saborosos sucos dos mais variados capins. Comem as empadinhas de ração selecionada da vaca Dagmar. Em geral são mais experientes, como são os casos dos Touros Cacto Aberto e Ribeirinho. Nem muuuu os caras fazem.

Mas agora se contará um caso sobre o curral Tricô Loror.

No meio rural há um concurso que escolhe os melhores currais. Dos vinte participantes, os quatro primeiros colocados, via de regra, estão classificados para o torneio Liberta a América Presa. Os colocados entre a quinta posição e a décima – quarta participarão da Sulamargacana, dois não se classificarão para nada e os últimos quatro colocados não participam do concurso do ano seguinte.

Mas volte-se um pouco no tempo, para melhor se entender.

Há mais de sete anos o curral Tricô Loror não conseguia participar do concurso para escolha dos melhores currais. Coincidentemente os sete juízes da época, em 2003, deram zero ao curral Tricô Loror. Concorria com o Cural Cruz Eiro. O placar foi sete a zero. O Touro Alexial e o Chefe do júri o Touro Luxaburro acabaram com o pobre curral. Mas seus problemas acabaram. Apareceu o Touro Quaresma, mas um touro das organizações "Tapanajarra", de "celvejinha", de preferência,  eh, eh, eh, eh.

Então, depois de (aaaa!) sete anos na fila, em menos de um ano Quaresma conseguiu trazer o curral para o concurso e se manter. Todos festejaram. Mais ainda por que o curral rival e mais forte da região, o Rubro Negão, se manteve fora do concurso.

Até o Touro Marretão, normalmente comedido falou com sua voz rouca e bem pausada de ancião: Vou comer o mais velho daqui. Lá no fundo do curral o jovem “boizinho” Crô cantarolou, eu nasci há 10 mil anos atrás. Referia-se, o velho Touro, no entanto, ao capim no fundo do curral.

E vai rolar a festa, voz aveludada, maviosa, bela, belíssima, encantou a jovem solteiríssima Vabet  Semgado. A festa foi durante o dia todo. É sabido que os bovinos dormem à noite, logo cedo. Será mesmo?

E as eleições?

Marcadas, o Touro Quaresma, óbvio, seria o único candidato. E começou. Porém, pouco depois foi suspensa. É que o Bode Afonsinho conseguiu convencer um juiz do concurso que alguns bois que não pertenciam ao curral estavam votando em favor do Touro Quaresma.

Descobriu-se depois que, mesmo com aparência de verdades as afirmações de certas contingências para eleger o Touro Quaresma, o Bode Afonsinho queria ser presidente do curral, porquanto os estatutos nada impedia. Ademais, ele tinha chifres e barba, e o Touro Quaresma nem esta última possuía.

E muitas histórias foram contadas nesta eleição.

A vaca Tereza Cristina, “amiga” do Bode Afonsinho, foi conversar com o juiz do concurso, o Touro Retado. Lá para as tantas, após dois ou três “sorvidas” da bebida dos deuses, capim santo infusado, disse-lhe que queria ter um touro para concorrer à presidência do curral no futuro, porque o Touro Quaresma fazia de tudo para se manter no cargo. Retado pediu que ficasse na posição adequada para tanto. Ô Retado o que você está querendo. Para você ter um touro, Tereza, vamos começar colocando os chifres no teu companheiro. Voltou apavorada, dizem, apenas dizem.

Conta-se também que a vaca Metralha estava prenha do touro Bandido. A Polícia chegou ao curral no exato momento em que nasciam os bezerros. Eram dois. Como é causo, vale. O primeiro colocou a cabeça para fora e viu a polícia. Voltou para dentro e disse: Mano, estamos cercados.

O fato é que o juiz do concurso concedeu lima inar que paralisa o Touro Quaresma. No mundo humano chamam-na de liminar, que é uma ordem para que a outra parte faça, não faça ou dê algo, até que o juiz decida. Deve ser concedida se houver uma aparência de direito e se houver perigo na demora, ou seja, a demora da decisão pode tornar inútil se, no futuro, a decisão final julgar procedente o pedido. Há de verificar-se, também, se tal decisão pode ser revertida sem prejuízo.

Portanto, a eleição devia parar.

Em análise dos fatos se percebe que esta decisão que paralisava as eleições e que nomeava o rato Camundongo como interventor, ao contrário, desfavorecia o curral Tricô Loror, haja vista ser esta a época de renovação dos limpadores do curral, dos reprodutores mais famosos negociarem suas participações na procriação futura, etc.

E aí o curral pediu ao “chefe” dos juízes do concurso (desembargador – 2ª. estância, dos humanos) que desconsiderasse (nos humanos seria cassação) a lima inar. Estava ele em seu curral particular a descansar. Zé Bovino bateu na porta do curral e ele não atendeu. Associação dos Bezerros Pobres também não foi atendida. Contudo, quando o Curral pediu, por volta de meia-noite (devia estar a dormir), atendeu-se. E o Touro Quaresma foi reeleito.

Curioso é que a denúncia não foi apurada. Devia o “chefe”, pelo menos, condicionar a cassação da lima inar ao exame por parte dos Touros Livres (seria a Auditoria Independente dos Humanos) dos fatos que originaram toda a celeuma. É, podia.

O Touro Quaresma promete, bem dito, promete apurar os fatos contados pelo Bode Afonsinho. Béeeeeeeee. Falou Afonsinho.

Múuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Ruminando, quase uivando“falou” Touro Quaresma.

Mais um ano se passou ou e nem ouvir falar seu nome. A lua e eu, cantou Gilson, faz um tempão. E bota tempo nisso.

Ligeiras:

·         Qual a semelhança entre o homem e a vassoura? Sem o cabo não servem para nada.

·         O sujeito estava no hospital todo acabado e falava para o amigo. Rapaz, meu médico disse que não me preocupasse que eu andaria com as minhas pernas. E ele acertou? Acertou. Até vendi meu carro para pagar os serviços dele.

·         Com o desmatamento na Amazônia somente sobraram um leão (é piada vale) e um jegue. Seis meses depois o bicho pegou. Disse o leão, vamos fazer um troca troca, ao que o jegue respondeu, vamos. O leão passava uma pomada no seu canudo e o jegue perguntou, o que era, ao que o leão respondeu ser vaselina, para não doer no jegue. Depois, na vez do jegue, este passava uma pomada e o leão perguntou o que era. Disse o jogue ser vick vaporub para não doer a garganta do leão.

·         O amigo perguntou. Zé porque você bebe? Para afogar as mágoas. E resolve? Não, elas aprenderam a nadar.


Como dizia Vicente Mateus o folclórico ex-presidente do Corinthians: O Corinthians é grande comigo ou sem migo.





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