quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quando segunda-feira chegar



As prisões injustas e desprovidas de legalidade se sucedem. Os casos são mais comuns que se possa pensar.

Entre os inusitados há o do pastor evangélico Luciano de Jesus, confundido com o estuprador Luciano de Jesus. Imaginar a paranóia do inocente ao ser preso acusado de estupro não parece muito distante.

Só de pensar o que os outros presos aprontam nessas ocasiões mais que assusta, aterroriza.

Em 2005, Luciano de Jesus, o pastor, ficou cinco dias no chamado “Cadeião de Pinheiros”, em São Paulo, preso junto com traficantes, assaltantes, enfim, um bando de marginais da pior espécie, segundo as acusações.

Na cela onde permaneceu havia nove pessoas, conforme informou o pastor Luciano. 

Como é notório, o indivíduo acusado de estupro passa por certas situações das mais constrangedoras, se assim se pode afirmar. Os demais presos não aceitam este tipo de crime e, sem ajuda da ciência e nem de cirurgiões médicos, alteram na marra o sexo desses criminosos.

E sem direito a reclamações.

Contudo, o que tem de inusitado neste caso do pastor Luciano?

É que os presos acreditaram nele mais que na própria Justiça. E determinaram, isto, determinaram que se até a segunda-feira, alguns dias após sua entrada na prisão, o pastor Luciano não provasse sua inocência sofreria todas as agressões que um estuprador sofre dentro da prisão.

A juíza liberou na raspa da mandioca, ou seja, na segunda-feira. Bendita juíza, deve ter pensado o pastor Luciano de Jesus.

Nessa história, alguns dias destruíram conquistas de uma vida inteira.


O pastor pede 500 salários-mínimos, cerca de R$ 200 mil, de indenização. É pouco.

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