O Vitória de agora foi o reflexo do ano todo. Time confuso, sem estratégia alguma, a viver dos "lampejos" de um ou outro jogador, apesar de possuir elenco com folha salarial bastante elevada, quiçá a maior da serei “B”, mas sem atender, parece, às necessidades do time.
Não se há negar que sempre será mais fácil examinar o contexto existente neste momento em que o clube permanece na série “B”. Mas também não se pode olvidar que muito se falou desde o início do desse ano, que em breve se encerrará. E não deixará saudades aos torcedores do Leão.
E tudo se inicia ainda com Lopes, treinador que rebaixou o clube. E sabia, ou devia saber, que seria inadequado um treinador bastante desgastado com atuações profissionais pífias no Avaí e no Atlético (PR), e no próprio clube, continuar. Porém foi o que aconteceu.
O ano começa e já em janeiro/11 houve a divulgação de que o orçamento do clube para o ano seria de 25 milhões, o que demonstrava, antes de tudo, poder em relação a seus adversários. Comentários atribuídos a dirigentes de Sport e Paraná, na ocasião, davam conta de que admitiam haver em disputa apenas três vagas, diante de orçamento tão...polpudo.
Sem preocupação com o cronograma dos fatos, o clube vendeu Elkeson ao Botafogo (RJ) e assinou contrato com a Globo. Dizem que os valores estavam próximos do contrato que o Bahia assinou com a emissora.
Além de receber mais de dois milhões com a venda do atleta, o Vitória poderia escolher até três jogadores do Botafogo para reforçar o elenco. Se no prazo estipulado não o fizesse devia o clube carioca pagar 200 mil por atleta não escolhido. Apenas Rodrigo Mancha chegou. E não se fala mais nisso.
A realidade é que se perdeu o título baiano no Barradão contra Bahia de Feira, não saiu praticamente do lugar na Copa do Brasil e mais o torcedor sofreu que se alegrou, no decorrer do campeonato, que ora se encerra.
De fato, o Vitória esteve agora próximo de uma improvável classificação para série “A” há dez rodadas atrás, ou seja, não havia motivo algum para se acreditar que se classificaria. A mudança ocorrida credite-se às atuações de um ou outro atleta.
Com efeito, em dado instante da competição Marquinhos, que logo em sua chegada claudicava, pulava mais que pipoca e parecia não querer jogar, passou a ser o diferencial. Desequilibrou em diversas partidas. Ajudou e muito contra o Náutico, Boa e o Salgueiro, p.ex. Aliás, com relação ao jogo com este último clube, cabe registrar que o treinador Benazi o manteve em campo, mesmo com placar amplamente favorável ao Leão, e “poupou” Geovani.
Ocorre que o “poupado” jogara 32 das 34 partidas, enquanto Marquinhos, com histórico quilométrico de contusões, foi mantido em campo, sob o argumento de que “a torcida poderia chamar o treinador de burro”. Absurdo que este não tivesse suas convicções. O atleta se machucou naquele jogo e somente em 2012 retorna. Fez muita falta.
No jogo de ontem foi Douglas. Não fosse o goleiro não se estaria agora a falar que não conseguiu por um ponto. O Vitória poderia ter sido goleado, isto sim.
Costumeiras também são as expulsões de jogadores ditos mais experientes. Mais de uma vez atleta "escolhido" por Benazi foi expulso. Foi o caso de Charles, ontem. Como subir assim?
E situações análogas são notadas no Bahia.
É correto dizer que os dirigentes de Vitória e Bahia, sem qualquer compromisso com suas torcidas, usam da retórica e de treinadores falastrões, sempre a reclamarem da arbitragem, às vezes com justa razão, para desviarem as atenções da realidade pouco promissora dos clubes, sem planejamento, sem foco e que fazem remendos ao longo do ano. Assim é difícil.
Clubes do porte de Vitória e Bahia não podem ficar à míngua de resultados dignos. O Vitória foi tratado por seu presidente não como um clube grande. É real.
Por menos que se conheça, o torcedor sabe que uma empresa de porte não pode estar à mercê de situações extemporâneas. Deve haver um planejamento a ser seguido e ajustado, conforme as novas realidades. Isto não parece acontecer nem com o Vitória nem com o Bahia. O primeiro contratou Geraldo, Lúcio Flávio, Zé Luiz e Gilberto, p.ex., não em razão de suas qualidades atuais e sim de seus nomes em cenário antigo. Sequer se avaliou se seriam seus jogos adequados ao clube. Mais efeito que praticidade.
No Bahia não foi diferente com Ricardinho, Carlos Alberto e outros. E atualmente corre sério risco de cair. O jogo com o Ceará pode ser um drama já conhecido, em outras oportunidades. Escrevo sem saber os resultados desta penúltima rodada e pode o Bahia não mais correr risco de rebaixamento, contudo não invalidada o quanto aqui se espõe.
De resto, o torcedor do Bahia pode brincar com o torcedor do Vitória, dentro dos limites da civilidade. Afinal, este não conseguiu subir. Depois pode ser a vez do torcedor do Leão.
Afora as rivalidades, estas torcidas não merecem isto, sinceramente.
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