Sábado, na calada, a galera começou a bolar um plano para acabar a greve.
O Assessor passou a informação que o Prefeito estava na linha. Tomaram coragem e disseram: Se precisar eu chamo.
Nossa, nossa parece brincadeira. Correria de um lado com parentes de grevistas a correr daqueles que cercam a Assembléia. Querem levar alimentos e água para aqueles que lá se encontram.
E os policiais correm e gritam “Ai, se eu te pego! Ai, ai se eu te pego, faço assim, assim. Correria.
No meio, alguns que miram o futuro, haja oportunistas, outros que se perderam no passado... e não perceberam. Ai se eu te pego. Assim, assim você me mata.
Mas a bala é de borracha. Mas dói assim, assim você me mata.
Vamos, Vamos, Vamos negociar. Mas como, polícia, polícia se você cortou a água e a luz. Assim você me mata. E a balada dói, dói, mesmo de borracha.
Não chora, você também é polícia, a balada não dói assim, assim. Dói, até machucou pernas, braços e rostos. Dói sim, sim, sim.
Cortaram água, luz e não deixam entrar alimentos. Assim você me mata. E as crianças choram, choram de medo do escuro.
Sua culpa, sua culpa que levou para a balada. Podia ser acertada pelas balas de borracha. Ai, ai assim eu não te pego. Mas sem água, sem luz e sem sossego, assim eu te pego.
Mas não sou terrorista, assim, assim você me estrepa. Isto se faz com terrorista e seqüestrador.
Nossa, nossa, assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego.
Segunda-feira na calada a galera resolveu dar um basta. E começou a pressionar. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego. E Tio Sam não gostou.
E a Embaixada Americana avisou a seus nacionais. Não vão à Bahia que eles te pegam assim, assim eles te matam. Deixa para outra vez.
E na balada pré carnaval a galera passou a dançar com as balas de borracha.
E quando passou a arma mais linda todos começaram a falar. Nossa, nossa,
assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego.
assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego.
Agora, uma dúvida. Será que a nota da Embaixada Americana no dia de hoje recomendando que seus nacionais não visitem a Bahia “tem a ver” com os altos papos de nosso líder municipal com Pateta e Mickey? Aí, ai se eu te pego!
Você já foi à Bahia, "nêga"? Não? Então não vá. Por hora.
Deixa para quando a greve acabar, eu quero estar aqui. Se o exército voltar, eu quero estar longe daqui.
É sobrevivência, meu rei.
Bem legal. Bem criativo
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirQue forma bacana de contar a guerra de balas de borracha. Excelente
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