quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Advogada diz que não pedirá absolvição de Lindemberg


Os debates finalizam-se. A Promotoria discorreu sobre todos os fatos, mas pelo que se ouviu nos telejornais alguns pontos não foram devidamente intensificados. É o caso da arma.


A explicação do acusado acerca da posse ilegal da arma (é crime) de que pouco antes recebera ligação ameaçando-o não parece plausível.


A compra, segundo se noticiou, ocorreu há mais de dez dias, de pessoa que "necessitava de dinheiro", sem saber o acusado, claro, quem era esta pessoa. Assim se manifestou. E se o suposto vendedor fosse um marginal? Ou alguém se livrando de arma de crime cometido? Ingenuidade?


Ademais, não se pode deixar sem fala o "porquê" de ir ao encontro de Eloá, com a arma? Quem o teria ameaçado. Que motivos teriam os familiares da vítima, antes do acontecido? Nenhum.


Faltou maior contundência, por parte da acusação.


Mas também não parece ter havido maior vigor no se refere à permanência do acusado no apartamento, em que houve a morte de Eloá.


Dizer que temia sair e ser agredido... Ora, aqui ou acolá poderia haver tal situação. Podia ter sido mais incisivo o discurso, pelo que se pode examinar, a partir dos textos publicados pela imprensa.


Quanto à defesa fez o que dela se esperava, devido os discursos do acusado e de sua defensora.


De início, afirmou a defensora  "Enxerguem esse rapaz como um parente dos senhores, pois ele não é bandido", pediu Ana Lúcia aos jurados. "Não vou pedir a absolvição dele. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez." 


Discurso de base para pedir que o crime seja desclassificado de doloso para culposo, como já se havia examinado em outro texto.


Parece que foi bem articulada a defesa. E Lindemberg teria sido um grande ator. Dissimulado, como disse a Promotora.


Seria brincadeira e de muito mal gosto pedir a absolvição. No entanto, transformar em culposo o que antes se pretrificara como doloso, apresenta-se menos impossível que antes. Mas difícil de convencer que não tenha havido dolo. É de ver o final, para se saber.


Ao exame jurídico, o que se aparentava definitivo pode incutir dúvidas nos jurados.


Poderá haver réplica da Promotoria, após as razões da defesa e tréplica, se a Defesa entender necessária, depois da réplica. Confuso?


Funciona assim. Primeiro a Promotoria malha o acusado. Em seguida a Defesa tenta desconstituir todo aquele trabalho. Se entender necessário, a Promotoria volta a argumentar, em réplica à "fala" da Defesa, que terá novo tempo, por final, a tréplica, para suas razões finais. Depois é julgar.


A Promotoria tem muito muito trabalho. A Defesa sai com a consciência do dever cumprido.






3 comentários:

  1. Cada detalhe deve ser visto e revisado. Um descuido, por menor que seja, pode levar tudo a se perder.

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  2. Quanta coisa. O interessante no blog é a linguagem acessível e as explicações. Legal.

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  3. Acompanho com interesse. Será que hoje termina?

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